Estudo aponta escassez de investimentos em
inovação no Brasil
Data: 16/07/2010
O Brasil precisa investir mais em inovação para alcançar uma posição sustentável e consolidada
entre as principais economias globais. Esta é a conclusão do mais novo estudo da
Roland Berger Strategy Consultants, uma das maiores e mais conceituadas consultorias em
gestão empresarial do mundo. Intitulado “A década do Brasil”, o trabalho analisa o desempenho
da economia do País e quais são os pontos de melhoria para alavancar o crescimento nacional.
“O potencial do Brasil é baseado em fortalezas únicas e grandes oportunidades”, avalia o
co-managing partner da Roland Berger, Rodrigo Dantas. De acordo com o executivo, o País
apresenta uma combinação única de quatro fatores para promover um crescimento
econômico sustentável: demanda doméstica, mercado de capitais, política e programas de
infraestrutura.
Se por um lado o cenário econômico favorece o crescimento do Brasil, os investimentos
em inovações não são suficientes para sustentar o desenvolvimento. A falta de incentivos
já apresenta impactos negativos. De acordo com o Global Innovation Index 2010, o País caiu
da 50ª para a 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010. Dentre os países da
América Latina, foi apenas o 7º colocado, comparado à 3ª colocação no último ano.
“Em 2009, no grupo dos países do BRIC, obtivemos o pior resultado”, alerta Dantas.
Para estimular as inovações, é necessário que haja esforços conjuntos entre os setores
público e privado. Fica sob responsabilidade do Governo o estímulo à criação de
pólos tecnológicos e redes de cooperação entre empresas e universidades, além da promoção
de classes e cidades criativas. A função das empresas é incentivar a superação das
barreiras à inovação por parte de seus CEOs e demais colaboradores.
Por que investir em estratégia e inovação?
Na visão de Rodrigo Dantas, no início de 2010, muitas empresas reagiram rapidamente e
de forma decisiva durante a crise, cancelando investimentos, reduzindo capacidade e
cortando custos. Estas mesmas companhias, agora, estão operando tranquilamente e
em baixa velocidade, analisando seus mercados, clientes e concorrentes. “Este é o momento
para movimentos estratégicos fundamentais e inteligentes”, enfatiza o executivo.
Ainda de acordo com a análise da Roland Berger, as companhias brasileiras devem
trabalhar para se tornarem líderes mundiais nos mais diversos segmentos. Para auxiliar as
empresas nesta tarefa, a consultoria revela os sete passos essenciais para alcançar o
sucesso. São eles: manter o foco em crescimento com rentabilidade, alinhar a estratégia
corporativa a um ambiente em transformação, inovar e investir em novos modelos de negócio,
consolidar a empresa em escala internacional, garantir acesso ao mercado de capitais,
repensar o papel do corporate headquarter e se transformar em um verdadeiro player global.
“Os líderes mundiais não podem e não ficarão parados. Eles buscam novas oportunidades,
reinventando seus modelos de negócios e realinhando suas estruturas corporativas”, destaca
Dantas. Não há espaço para dúvidas ou falta de iniciativa. Sendo assim, as companhias
brasileiras precisam inovar e investir em pesquisa e desenvolvimento, além de incentivar
a evolução de seus profissionais. A redefinição da posição competitiva futura do Brasil
deve ser agora, enquanto os concorrentes internacionais se preocupam com corte de custos.
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